Primeiro-ministro do Japão não garante realização das Olimpíadas

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou nesta quarta-feira (29) que mesmo após o adiamento para 2021, as Olimpíadas de Tóquio correm o risco de não acontecer. Com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, a demora para a confecção de vacinas pode não garantir a segurança de um evento do porte dos Jogos. 

"Sempre falamos que as Olimpíadas e Paralimpíadas precisam ser realizadas de uma forma completa e que os atletas e espectadores possam participar de forma segura. Seria impossível realizar os Jogos de uma maneira completa caso a pandemia ainda não esteja contida", disse Abe. 

De acordo com o primeiro-ministro, as Olimpíadas vão servir de legado para a sua gestão. Até o momento, o Japão gastou US$ 13 bilhões para a preparação do evento esportivo e arrecadou US$ 3 bilhões com patrocínio doméstico. Existe uma expectativa grande por parte do país com relação ao crescimento do turismo e do consumo durante os Jogos.

Em declaração, Abe afirmou que pensa nas Olimpíadas como algo que "mostre que o mundo venceu a batalha contra a pandemia do coronavírus". O panorama atual, no entanto, não é positivo. A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, falou sobre as dificuldades da capital do Japão em lidar com o coronavírus e pediu um aumento no período de emergência, previsto para durar até o dia 6 de maio. 

Com mais de 13,9 mil casos de covid-19 e 417 mortes confirmadas, Tóquio é o epicentro da doença no Japão. Apesar dos números japoneses não estarem entre os maiores do mundo, o primeiro-ministro revelou preocupação por conta da magnitude das Olimpíadas, evento que reúne espectadores e profissionais de todo o mundo.