Por Globo Esporte
Publicado em 01/04/2011, às 10h30Durante os intervalos, entre uma sequência e outra do treinamento específico de goleiros, o olhar do goleiro Viáfara se perde no campo principal da Toca do Leão, onde os titulares realizam um treino tático. Afastado há três jogos, o colombiano ainda precisa cumprir mais um de suspensão. Ele foi punido pelo Tribunal de Justiça Desportiva por ter ofendido o árbitro no Ba-Vi do dia 20 de fevereiro, quando o Bahia venceu por 2 a 0.
- Estou muito ansioso para voltar. Não vejo a hora. Sei que fiz uma coisa errada e, por isso, estou pagando. Mas quero voltar logo – disse.
Julian Viáfara chegou ao Vitória em 2008, ano em que o clube voltou a disputar a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Ao recordar a trajetória, o goleiro lembra que, no início, a desconfiança da torcida era grande.
- Quando eu cheguei aqui, eu era um desconhecido. Havia feito poucos jogos pelo Atlético-PR. Então cheguei com essa dúvida na cabeça do torcedor, mas com muita confiança da diretoria – relembrou.
Muito sereno, Viáfara não esquece quem lhe deu a primeira oportunidade.
- Não posso esquecer da confiança do (Vágner) Mancini. Ele acreditou no meu trabalho e, graças a ele, eu passei a ter sequência nos jogos e conquistei essa torcida maravilhosa.
Chamado por Antônio Lopes para assumir o gol do time reserva no treinamento para a partida contra o Feirense, Viáfara mostra o seu lado líder. Antes de entrar em campo, os únicos gritos ouvidos eram o do treinador rubronegro. Depois disso, o colombiano era voz constante na atividade.
- Duylio! Aperta a marcação! Olha o Rildo aqui livre! Vamos marcar - gritou.
O espírito de liderança em campo fez de Viáfara um ídolo da torcida. A vibração a cada defesa, os gols e a irreverência ao falar do rival Bahia fizeram com que o torcedor se sentisse representado em campo.
- Eu só posso agradecer esse reconhecimento. Aqui já me sinto como uma referência. E isso é difícil, porque eu represento um clube de massa, e que tem uma torcida apaixonada – diz.
Viáfara não foge de uma boa polêmica, mas também deixa claro que está ciente da função de um ídolo para um clube.
- É preciso dar o exemplo. Em um clube grande como o Vitória você está sempre exposto e o torcedor vê no ídolo uma referência. Tenho consciência deste papel – falou.
Amor eterno
No ano passado, no dia em que o clube embarcou para São Paulo, onde disputaria a primeira partida da decisão da Copa do Brasil contra o Santos, um grupo de torcedores acompanhou o time até o aeroporto em uma festa que entrou para a história do clube. Viáfara não viajou com a equipe naquele dia, porque cumpria suspensão, mas participou da comemoração.
- Foi um dia marcante. Temos uma torcida muito possessiva e qualquer demonstração de carinho marca muito. O torcedor do Vitória acredita no time mesmo nos momentos mais complicados. Mesmo triste ou na dor, nosso torcedor sempre mostra confiança. Somos muito cobrados, mas sempre com muito respeito – disse.
Viáfara também exalta a estrutura do clube.
- O Vitória passa muito respeito para o profissional. Isso é muito importante. Seja no salário, seja na estrutura. Por isso é um clube vencedor – ressaltou o goleiro, que, desde que chegou ao Leão, não passou um ano sem comemorar um título estadual.
Grato pelo reconhecimento da diretoria e da torcida, o colombiano faz juras de amor ao rubro-negro.
- Sou muito agradecido por tudo isso. Se eu tiver que sair um dia, meu coração vai ficar. Onde quer que eu esteja, estarei sempre na torcida pelo Vitória. Sou um torcedor. Esse clube me deu tudo o que eu tenho - finaliza.
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