Ednaldo aumentou salário de presidente da Comissão de Ética dias antes de denúncia ser arquivada

Ednaldo aumentou salário de presidente da Comissão de Ética da CBF dias antes de denúncia ser arquivada; diz site

Divulgação/CBF

Por Redação Galáticos Online

Publicado em 01/02/2024, às 08h45

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A novela envolvendo a péssima gestão do presidente Ednaldo Rodrigues à frente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ganhou um novo capítulo. Em meio a diversas reclamações de assédios, crise política e trocas constantes no comando da entidade, a Comissão de Ética da CBF recebeu, no dia 7 de janeiro, uma denúncia de infração acompanhada do pedido imediato de afastamento de Ednaldo e do diretor de governança e conformidade da mesma, Hélio Menezes Júnior.

A solicitação apontava que processos internos de investigações sobre diversos tipos de assédio ficariam comprometidos se os dois - citados em diversos relatos dos últimos meses - seguissem normalmente em seus cargos.

Um fato, no entanto, chamou a atenção de envolvidos no caso e nos bastidores da CBF no dia seguinte. De acordo com apurações do ESPN, já cientes do pedido duplo de afastamento, Ednaldo e Hélio, juntamente do diretor financeiro da entidade, Valdecir de Souza, assinaram um aditivo no contrato do presidente da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro, Carlos Renato de Azevedo Ferreira, garantindo um aumento de 25% - pulando de R$ 40 mil para R$ 50 mil mensais – na remuneração pela “prestação de serviços e cessão de direitos”.

Em nota de número 138 emitida para pagamento uma semana depois e igualmente obtida pela reportagem, Carlos Renato deixa claro a natureza dos serviços: “desempenhar as atribuições próprias do exercício do cargo de presidente da comissão de ética do futebol brasileiro”.

Imediatamente dois dias depois do novo acordo celebrado a remuneração de R$ 50 mil, em 10 de janeiro, coube ao beneficiário do novo salário, Carlos Renato, julgar o pedido de afastamento dos dois signatários de seu aumento, Ednaldo Rodrigues e Hélio Menezes Júnior. Sem muito tempo para discussão, o presidente da comissão de ética foi breve e determinou o “imediato arquivamento da denúncia” e de seu consequente requerimento.

Segundo a CBF, o processo seguiu critérios rígidos de ética e diligência e concluiu, conforme registra o relatório final, que as denúncias não tinham respaldo em documentos ou nos relatos de testemunhas e colegas de trabalho.

Procurado para comentar o caso e responder se enxergava um conflito de interesses no aumento da remuneração às vésperas da decisão do caso, Carlos Renato disse que não teria nada a falar, uma vez que precisa respeitar o “inviolável sigilo” de seu contrato com a CBF.

Confira a nota da CBF sobre o assunto: 

A Comissão de Ética do Futebol Brasileiro é uma instância independente, cuja estrutura organizacional conta com seis membros, todos com direito a voto. O presidente da Comissão, cargo exercido pelo ex-desembargador Carlos Renato de Azevedo Ferreira desde 2017 - portanto muito anterior à gestão de Ednaldo Rodrigues - é apenas um desses votos.

A denúncia em questão, apresentada pela ex-diretora Luísa Xavier Rosa, foi rejeitada por unanimidade pelo colegiado - ou seja, todos os membros da Comissão de Ética votaram pelo não reconhecimento da queixa apresentada. É incoerente, portanto, atribuir a decisão por remuneração recebida por apenas um dos votantes. Importante lembrar, ainda, que a denúncia replicava outra de teor idêntico, já apreciada no ano passado, sobre a qual sequer houve recurso da parte contrária.

Ressalte-se que, conforme determina o estatuto, todos os contratos celebrados pela Confederação Brasileira de Futebol devem ser assinados pelo presidente, pelo diretor financeiro e pelo diretor da área afim - neste caso, a de Conformidade.


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