Sociólogo explica aumento no número de mortes ligadas ao futebol

Sociólogo explica aumento no número de mortes ligadas ao futebol

Imagem Sociólogo explica aumento no número de mortes ligadas ao futebol

Por Redação Galáticos Online

Publicado em 28/10/2012, às 20h18

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A violência no mundo do futebol segue manchando a imagem do esporte mais popular do planeta. Somente no Brasil foram registradas 17 mortes relacionados ao futebol, sendo esse um recorde negativo. Para se ter uma ideia o número de mortes entre 1999 e 2008 foi de 42 óbitos.   O sociólogo Maurício Murad lançou o livro “Para entender a violência no futebol” e comentou os motivos que levam ao aumento das mortes relacionadas ao futebol.   “Uma constatação é que esse quadro piorou. Agora, por que piorou? Porque as autoridades brasileiras, o poder público, as instituições não reagiram à altura. Na década que foi pesquisada por mim, esses números chegaram a 42 mortes em dez anos e em uma escala crescente, porque nos primeiros cinco anos a média era de 5.6 mortes decorrentes da violência do futebol por ano, nos dois últimos anos dessa década a média já passou para sete. É um aumento extremamente preocupante. Mas não houve reação das autoridades brasileiras a não ser no plano da repressão, principalmente dentro dos estádios, apesar de o volume de violência e de morte ser muito maior fora dos estádios. Mas não houve prevenção, medidas de inteligência para desmonte dos grupos vândalos e delinquentes infiltrados nas torcidas organizadas. Embora o Brasil tenha leis e uma capacidade operacional bastante razoável, nós não temos de fato um plano, uma ação, nem mesmo vontade política por parte das autoridades no sentido de coibir esse horror que é a violência em torno do futebol. E mais preocupante do que esse aumento da violência, é a inoperância das autoridades públicas. Não é nenhum favor enfrentar esse problema, é uma obrigação constitucional”, disse à Agência Pública.   Maurício Murad ainda critica o planejamento da Copa de 2014. “São muitos equívocos, mas muitos e muitos mesmo, no planejamento da Copa do Mundo. E um deles é esse. Achar que basta você planejar a segurança para o momento do evento”, comentou.   O sociólogo não visualiza nenhum tipo de esforço da segurança nacional para amenizar a violência no futebol. “Infelizmente eu não vejo uma coisa planejada, consistente, com base em pesquisas científicas, e de curto, médio e longo prazo. O que eu vejo são medidas tomadas em cima de situações pontuais, como o corpo morto, que mobiliza a opinião pública em qualquer circunstância. Mas isso não basta. Não é possível agir emocionalmente perante esses grupos. Agora, por conta da proximidade da Copa das Confederações no ano que vem, da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olímpicos, há um pouco mais de iniciativas, mas que deixam muito a desejar, principalmente em termos nacionais, que leve em conta as disparidades de todos os estados brasileiros. Não adianta pensar em uma coisa só para Rio e São Paulo. Hoje, por exemplo, os estados que vêm apresentando um volume maior e mais preocupante de agressividade e de mortes são, comprovadamente, os estados de Goiás e do Ceará, principalmente nas capitais Goiânia e Fortaleza e suas regiões periféricas. É surpreendente que esses dois estados apresentem o quadro mais preocupante, porque a gente geralmente imagina que a violência é mais forte em estados com mais torcida, onde o futebol é mais competitivo e importante no sentido de impacto que ele provoca na vida coletiva, como São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul, etc. Agora, a violência no futebol é expressão da violência geral na sociedade brasileira. Quando fomos estudar os dados da violência em geral no país, vimos que tanto em Goiânia quanto em Fortaleza a violência avançou muito. Então a gente percebe que não é à toa. E eu acho que o que a gente conseguir conter e coibir de violência no futebol vai ser um benéfico à sociedade como um todo”, concluiu.

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