Quem não acompanhava o Bahia naquela época nunca saberá a importância do gol de Charles contra o Fast, aos 50 minutos do segundo tempo, já na noite do dia 7 de outubro de 2007. Mas o torcedor tricolor que viveu a fase obscura do Esquadrão se recorda do quão sofrido, doloroso e no final, prazeroso, foi o tento do "pé de coelho" do Bahia.

A situação era a seguinte: o Tricolor precisava vencer o Fast na Fonte Nova e torcer para que o Rio Branco, que jogava em casa, empatasse ou perdesse para o ABC. Uma combinação de resultados diferente da citada culminaria na desclassificação do Bahia na terceira fase da Série C e a não classificação para o octogonal final da competição.

No ano anterior, em 2006, o Bahia havia disputado a Terceira Divisão e não conquistou o acesso após um vexame atrás do outro: levou 7 a 2 da Ferrovária, já no octogonal final e o "golpe fatal" foi perder por 3 a 1 do Ipatinga em plena Fonte Nova, o que resultou em invasões ao campo e punição de vários jogos em 2007 sem torcedor no estádio.

O jogo entre Fast e Bahia ganhou uma emoção a mais quando o Rio Branco, do outro lado do Brasil, teve um pênalti para cobrar. Caso a equipe do Acre vencesse a partida, o Esquadrão não se classificaria mesmo se ganhasse do Fast. Acontece que o goleiro do ABC defendeu a penalidade e manteve o Tricolor vivo.

Em meio a muitos gols perdidos e um futebol pobre no ponto de vista técnico, foi na base da emoção. Aos 50 minutos do segundo tempo, Inho Baiano avança pelo meio e encontra Carlos Alberto pela direita, ele avança em velocidade e quase na linha de fundo cruza a bola rasteira para a área. O predestinado Charles lá estava para colocar ela no fundo das redes e decretar o avanço do Bahia para o octogonal final.

Depois disso o Tricolor conseguiu conquistar o acesso para a Série B e mesmo em uma das piores fases da sua histórias, teve a melhor média de público de todas as Séries do Campeonato Brasileiro.

Reviva o gol na voz do narrador Ivanildo Fontes, da rádio Itapoan FM: