Mandado de Garantia do Bahia consta informação falsa e procurador vê gravidade

Apesar de o presidente do Bahia, Marcelo Sant'Ana, e o vice, Pedro Henriques, terem garantido que não estavam por trás do Flamengo de Guanambi na ação contra o Vitória no caso Victor Ramos, e afirmado que não conheciam e nunca falaram com os dirigentes do clube guanambiense, o Tricolor se contradisse com uma informação falsa que consta no mandado de garantia impetrado no STJD nesta terça-feira (5).

Ao entrar com o pedido de paralisação do Baianão e punição ao diretor de registros e transferências da CBF, Reynaldo Buzzoni, a diretoria do Esquadrão, em uma das suas justificativas afirmou que o Flamengo de Guanambi já havia solicitado o reexame da decisão do subprocurador do Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD-BA), Hélio Menezes Júnior, de arquivamento do caso.

"Apesar do Clube Esportivo Flamengo, com base no 2º artigo 74 do CBJD, ter solicitado a manifestação do Procurador-geral do órgão judicante baiano, é certo que os participantes do Campeonato Baiano de Futebol profissional da Série A de 2016 não podem aguardar que uma definição sobre o assunto seja divulgada apenas no final da semana, causando prejuízos às equipes e aos torcedores, sendo necessária uma análise imediata sobre a suspensão da competição, que é um dos objetivos deste Mandado de Garantia", escreveu o Bahia.

Porém, a informação é improcedente. Até o momento, nenhuma manifestação foi solicitada pelo principal interessado no caso, o Flamengo de Guanambi. A falsidade da afirmação do Tricolor foi confirmada pelo próprio procurador geral do TJD-BA, Ruy João, a quem o Beija-Flor deve recorrer.

"Me surpreendeu bastante essa informação, pois eu não recebi absolutamente nada. Não há nenhum requerimento formulado pelo Flamengo", disse em entrevista à Equipe dos Galáticos na noite desta terça (5).

Indignado com a alegação falsa do Bahia, o procurador ainda destacou se tratar de uma falta grave e passível de punição. "Portanto, é muito grave essa afirmação feita pelo Bahia e precisa ser investigada, inclusive pelo STJD. Eu vou levar à frente isso", concluiu Ruy João.