No dia 2 dezembro, a Associação Civil do Esporte Clube Bahia terá cinco candidatos e chapas na disputa por as vagas na Diretoria Executiva e no Conselho Deliberativo, válidas para o triênio 2024-2026.
Com a assinatura do contrato com o Grupo City Football Group (CFG), em 4 de maio de 2023, transferiu a gestão do futebol para a Sociedade Anônima de Futebol (SAF), da qual detém 10%.
A associação civil Esporte Clube Bahia, sem o comando do futebol, mantém sob seu controle os principais símbolos da agremiação: as cores, o escudo, a bandeira, o hino oficial e os uniformes 1 e 2, todos protegidos pelo estatuto da instituição.
Para ser candidato, basta ter dois anos como sócio do Clube e ser maior de 18 anos, para a vaga no Conselho Deliberativo, e mais de 30 anos, para à Diretoria Executiva. Além disso, o registro das chapas para membros da Diretoria Executiva deverá estar atrelado ao registro de, ao menos, uma chapa de 100 (cem) candidatos ao Conselho Deliberativo.
Para que o sócio do clube conheça melhor os candidatos, o site dos Galáticos Online fará uma série de entrevistas. O primeiro candidato é o presidente do Conselho Deliberativo do Esporte Clube Bahia, Leonardo Martinez.
Gestor comercial e advogado, Leonardo Martinez tem 40 anos e preside a mesa do Conselho Deliberativo do Bahia desde dezembro de 2020. Durante sua gestão na espécie de "parlamento tricolor", o clube criou uma SAF (sociedade anônima do futebol) e a vendeu para o Grupo City, atual administrador do futebol do Esquadrão.
Confira:
Fale sobre você. Quem é Leonardo Martinez?
Leonardo Martinez é brasileiro, de Salvador, casado há quase 20 anos, pai de dois filhos, formado em Direito pela Universidade Católica e Gestor formado pela UNIFACS. Perito avaliador cadastrado no CNAI e no TJ-BA, Advogado membro titular da Comissão do Terceiro Setor da OAB/BA. Foi Vice-presidente da AMA-BA (Associação de Amigos do Autista da Bahia) até 09/2023 e voluntário atuante por quase oito anos. Autor de projetos voltados para o terceiro setor e com atuação direta em parcerias público-privadas em benefício da Associação.
Sou o atual presidente do Conselho Deliberativo, atuei nessa condição como condutor de diversos processos importantes para o Clube, por exemplo: A SAF, reforma estatutária, diplomas legais, acordo de quitação da dívida com o oportunity, inclusão da reunião obrigatória sobre o futebol no Estatuto, a inclusão permanente das reuniões híbridas do Conselho (que garantem a possibilidade de Sócios de qualquer lugar do mundo serem conselheiros e acompanharem reuniões do Conselho), dentre diversos outros temas importantes.
Além disso, sou filho de ex-jogador de futebol, o que me deu oportunidade de viver de perto com os maiores ídolos do nosso Clube e claro, sou torcedor de arquibancada do Esporte Clube Bahia, sendo sócio patrimonial há mais de 10 anos, tornando-se também Sócio Centenário do Bahia.
O que te levou a ser candidato a presidente da Associação do Esporte Clube Bahia?
Como torcedor apaixonado do Bahia, eu sempre disse que colocaria meu nome a disposição se entendesse que eu poderia contribuir para o Bahia. Compreendo que algumas pessoas sonham em ser presidente do Bahia, isso é importante, ocorre que, só isso não pode ser motivo para uma candidatura. Hoje, com toda modéstia, entendo que meu nome possui qualificação técnica, experiência e sobretudo o meu nome já foi testado na condição de Presidente do Conselho Deliberativo e Gestor de Associação do Terceiro Setor, são oito anos de experiência e resultados altamente positivos alcançados. As pessoas não terão surpresas em relação à minha capacidade e se posso, ou não, atingir resultados. Não sou uma mera aposta! Isso é o que me faz pensar em ser candidato.
Como você avalia o seu trabalho na presidência do Conselho Deliberativo do Bahia?
Modestamente, os resultados obtidos falam por si. Eu seguramente fui muito exigido. Passei por pandemia, pedido de impeachment do presidente (Guilherme) Bellintani, quitação de dívida do Opportunity, expulsão de ex-dirigentes (que já tramitava desde 2014), expulsão de conselheiros faltosos (o que nunca havia acontecido), reformas estatutárias, SAF, audiências públicas, inclusão de reuniões sobre futebol no estatuto, inclusão de reuniões híbridas (o que garantiu a possibilidade que o sócio de qualquer lugar do mundo possa ser conselheiro e acompanhar as reuniões do conselho), fora que a transparência foi uma marca da minha gestão, afinal as reuniões sempre foram abertas e transmitidas pelo Youtube... tudo isso nos garante um recorde de produtividade.
Isto pode ser um fator preponderante para conquistar a eleição ao cargo maior do Clube?
Acho que sim. No mínimo é uma grande amostra de capacidade de produtividade e como conduzir os trabalhos com responsabilidade, serenidade e confiança dos Sócios.
Quem será o seu candidato à vice-presidente?
Fernanda Tude é a primeira mulher na busca por um cargo na diretoria executiva do Bahia. Com 42 anos, atua na área de eventos e marketing e é advogada por formação. Tem também larga experiência no terceiro setor, sócia do Bahia desde 2013 e atualmente conselheira. Foi, durante seu triênio, titular da comissão de reforma do estatuto do Bahia que adequou os documentos jurídicos à nova realidade da associação e é bisneta de um dos fundadores do Esporte Clube Bahia, Fernando Tude.
Você tem apoio da atual gestão?
As pessoas confundem muito o termo “apoiar”. Eu faço parte do Grupo 100% Bahêa, cujo lema é defender as ideias pelo mérito e não pela origem. Isso quer dizer que, para nós, não importa de onde vem a proposta, se for boa para o Bahia, podem contar conosco no apoio dela.
Eu não fui o candidato do Presidente Guilherme Bellintani para me tornar Presidente do Conselho. Na época, venci outro candidato apoiado por ele. De acordo com os rumos atuais, isso deve se repetir. O Presidente Bellintani deverá apoiar outro nome, isso não me fará inimigo e nem amigo dele. Ele tem a ideia dele e eu tenho a minha, isso não impedirá, da minha parte, de concordar e defender pontos que sejam bons para o Bahia e que tenham partido dele, foi o que sempre fiz e o que pretendo continuar fazendo.
Como você avalia a atuação de Guilherme Bellintani na presidência do Bahia?
Eu avalio uma gestão com erros e acertos. Eu apoiei os pontos que achava pertinente e me posicionei de forma contrária aos que eu não concordava. Acredito que no assunto futebol os erros existiram com mais ênfase. Na parte organizacional e administrativa a atual gestão teve um bom proveito, isso foi fundamental para atrair a confiança do City, o que não pode deixar de ser reconhecido como um grande salto para o Bahia.
Quais os seus principais projetos dentro da Associação?
Fazer a nossa Associação crescer, atrair os torcedores que não são Sócios e utilizando a força da marca e nome do Bahia, atrair e executar projetos de iniciativa público-privada como meio de captação de recursos para fomentar esportes olímpicos, além de dar o “start para o projeto de construção de uma sede de convivência. A sede de convivência não seria simplesmente uma sede de praia como já tivemos. Isso será mais bem explicado no momento oportuno e caso minha candidatura seja confirmada.
Com a separação da Associação e o futebol do Bahia, como você pretende convencer o sócio da arquibancada para apoiar a associação?
Acrescento que tenho projetos que envolvem nossa história, nossa cultura, nossos ídolos do passado que devem sempre ser lembrados e o torcedor do Bahia gosta muito disso. Acho que será um grande ponto de conexão, engajamento e fortalecimento da Associação.
Caso seja eleito, como você pretende manter a relação entre Bahia e Grupo City pelos próximos três anos? Haverá cobrança da Associação em relação ao futebol?
Com altivez, independência e parceria. Entender que não somos inimigos, somos sócios! Mas sobretudo é preciso fiscalizar e exigir que o contrato seja cumprido na sua inteireza. Lembrar que o Sócio do Bahia aprovou no dia 3/12/2022 uma parceria que prometia material humano de qualidade, investimento financeiro e em tecnologia de ponta, além de expertise no futebol. Precisamos garantir que o que foi aprovado seja cumprido. Haverá cobrança para que o Esporte Clube Bahia e o Bahia SAF cresçam juntos e que nós torcedores e sócios sejamos felizes, esse deve ser um objetivo comum.
Por fim, por que o sócio deve votar em Leonardo Martinez?
Como pré-candidato, penso que durante o processo eleitoral os candidatos terão a oportunidade de demonstrar suas qualidades. Será preciso que o sócio veja quem terá condições reais de executar as promessas, afinal as propostas não serão tão diferentes. Os candidatos de forma geral irão incentivar o associativismo, a implementação de esportes olímpicos e muitos outros pontos similares. O que irá diferenciar, um candidato do outro, é a capacidade que cada um irá ter de efetivamente implementar tudo isso, aí deverá contar a experiência, responsabilidade e história que cada um tem. Precisamos lembrar que estamos falando de amor, paixão, algo que não se explica que é o nosso sentimento pelo Bahia.