Com a guerra ainda longe de uma resolução, Pedrinho, que tem contrato até 2029 com o Shakhtar,
Jeroen Meuwsen/BSR Agency/Getty ImagesPor Redação Galáticos Online
Publicado em 15/11/2024, às 18h00Em meio ao devastador conflito entre Ucrânia e Rússia, que já dura mais de dois anos, muitos aspectos da vida cotidiana no país foram profundamente afetados, incluindo o esporte. O futebol, como não poderia deixar de ser, também sofre os impactos dessa guerra, e a situação de jogadores estrangeiros, em especial os brasileiros, ilustra o drama vivido no país.
Um exemplo claro disso é o meia Pedrinho, que, após uma passagem pelo Atlético-MG, retornou ao Shakhtar Donetsk no meio de 2023, em um movimento inverso ao de muitos que buscam deixar a Ucrânia em tempos de conflito.
Apesar de ciente das dificuldades que a guerra impõe, Pedrinho optou por renovar seu contrato com o Shakhtar até 2029, um dos principais clubes ucranianos. O desejo de voltar ao clube se deu, em grande parte, pela oportunidade de jogar na Liga dos Campeões da UEFA, uma das maiores competições do futebol mundial. "Eu tinha vontade de voltar, sabia que a situação era complicada, mas o futebol é o que me move, e o Shakhtar me deu toda a segurança possível", afirmou o jogador, em entrevista exclusiva ao ge.
Desde que retornou à Ucrânia, Pedrinho vive sozinho em Lviv, uma cidade ucraniana na fronteira com a Polônia, onde, ao lado de outros brasileiros do elenco, tenta levar uma rotina o mais normal possível, apesar dos riscos. A situação de insegurança em algumas áreas do país ainda é um fator constante de preocupação. "Acredito que o maior sacrifício é estar longe da família. Eles ficaram no Brasil por questões de segurança, e isso é sempre difícil", revelou o meia.
Além das dificuldades pessoais, o cenário no Shakhtar Donetsk, que disputa a Liga dos Campeões pela terceira vez consecutiva, também é desafiador. O time ocupa atualmente a 28ª posição na competição, com uma vitória, um empate e duas derrotas em quatro jogos disputados. No entanto, para Pedrinho e outros jogadores como ele, o apoio do clube e a coragem de continuar jogando representam não apenas a continuidade da carreira, mas também uma forma de resistência ao caos causado pela guerra.
Darijo Srna, diretor executivo do Shakhtar e ex-jogador de destaque na Croácia, destacou o valor da coragem dos atletas que optaram por permanecer na Ucrânia durante este período tão difícil. "Tenho o máximo respeito por esses jogadores. Eles estão aqui apesar de tudo o que acontece. Mostraram coragem e provaram que o Shakhtar Donetsk continua sendo um grande clube", afirmou Srna.
Com a guerra ainda longe de uma resolução, Pedrinho, que tem contrato até 2029 com o Shakhtar, espera que a situação melhore para que possa continuar sua trajetória no clube. "O meu desejo é que a guerra acabe logo. Quero ficar o máximo de tempo possível aqui, mas tudo depende do que acontecer com a situação da guerra. Torço para que ela termine logo, para poder estar com minha família novamente", disse o meia.
Enquanto isso, os olhos do mundo se voltam para a diplomacia internacional, com o G20, maior fórum de cooperação econômica do mundo, reunindo líderes globais no Rio de Janeiro. A guerra na Ucrânia é um dos temas centrais da reunião, e o diretor Darijo Srna expressou a esperança de que este encontro ajude a encontrar uma solução pacífica para o conflito que já tirou tantas vidas e mudou a realidade de milhões.