Por Márcio Martins (twitter: marcioitapoanfm)
Publicado em 07/10/2010, às 20h00Ainda é tema de discussão o processo envolvendo a catuense e o serrano na Justiça Desportiva baiana. Depois de ter perdido em primeira instância na Comissão Disciplinar, a Catuense recorreu ao tribunal pleno, numa tentativa de imputar ao Serrano a perda de pontos no Campeonato Baiano da 2ª divisão desse ano pela inclusão de jogadores supostamente com certidão de nascimento adulterada (‘gatos’). Até ai não nada de anormal no momento em que um clube deseja esgotar todas as instâncias judiciais cabíveis para obter o reconhecimento de um direito que afirma ser legítimo. O que chama a atenção é no fundamento das contra-razões apresentadas pelo procurador do TJD da FBF, Dr. Yan Meirelles de Meireles. Ele afirma que a Catuense trouxe no recurso a opinião de um outro procurador do TJD, Dr. Milton Jordão, na qual classifica tratar-se de utilização da justiça como “picadeiro”. Confira o texto:
“A Catuense recorreu ao TJD (pleno) com intuito de tumultuar a competição na qual foi eliminada... A defesa trouxe a baila opinião de procurador que sequer teve vistas aos autos ou qualquer tipo de contato, ou ao menos meia hora para folhear 140 paginas do processo, fundamentando a abertura de inquérito por ‘sentir-se à vontade’, fazendo da justiça desportiva um ‘picadeiro’ para suas atuações”.
Esse assunto foi abordado na Rádio Itapoan FM no dia do julgamento desse processo, quando o Dr. Milton Jordão foi citado na transmissão esportiva justamente por entrar num processo no qual não era o procurador originário. Na entrevista concedida a emissora, Jordão reafirmou a intenção de sempre colaborar com a Justiça Desportiva, pois o Dr. Yan (procurador originário), não estava na sessão e ele simplesmente o substituiu. Ele só não explicou que a sua participação acabou contrariando os auditores e o próprio Dr. Yan Meirelles.
Até mesmo o Dr. Domingos Arjones, em seu voto, adjetivou a posição de Milton Jordão como “curiosa”. Jordão defendeu a abertura de inquérito para apurar a responsabilidade do Serrano no caso dos “gatos” dos atletas do clube, mas acabou sendo derrotado por maioria na Comissão Disciplinar. O recurso será julgado pelo Tribunal Pleno nos próximos dias.