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Fifa abafou caso de doping de jogador russo, diz jornal

Autor(a): Estadão Conteúdo em 24 de Junho de 2018 10:02

A Fifa sabia e abafou casos de doping na elite do futebol russo. As informações foram publicadas na noite deste sábado pelo jornal britânico The Mail on Sunday, com base em investigações realizadas pela Agência Mundial Antidoping (WADA).

Segundo a publicação, o Ministério do Esporte da Rússia encobriu um teste positivo de um dos jogadores inicialmente convocados para a seleção que disputa a Copa do Mundo, Ruslan Kambolov.

No total, 155 casos de doping no futebol russo teriam sido revelados. Desses, 34 casos foram investigados e teriam chegado até a Fifa. A entidade insiste que, por mais de um ano, avaliou essas informações. Mas não abriu qualquer tipo de processo. Um mês antes da Copa, a entidade ainda declarou que considerava que as informações que dispunha eram “insuficientes” para concluir se houve ou não um doping no futebol russo.

Em 2015, Ruslan Kambolov foi selecionado para passar por exames antidoping, enquanto jogava pelo Rubin Kazan. Seu teste deu positivo, levando o Ministério dos Esportes a procurar o chefe dos laboratórios, Grigory Rodchenkov, para pedir orientação. Rodchenkov foi quem denunciou o esquema de doping nas Olimpíadas de Sochi, em 2014, e que levou o esporte olímpico russo a ser parcialmente banido da Rio-2016. 

Kambolov esteve na seleção até abril de 2018. Mas acabou sendo cortado para a Copa por uma “lesão”. Para McLaren, seu afastamento tem uma relação direta com o doping e com a declaração simultânea da Fifa de que o futebol russo estava “limpo”.

O investigador ainda confirmou que, desde o ano passado quando apresentou as evidências para a Fifa, a entidade jamais voltou a o contactar. A Fifa nega e insiste que não tinha informações suficientes para processar um atleta. Além disso, classificou as declarações de Pound e de McLaren de “desinformadas”.

Mas esse não seria o único caso e existem indícios de que a elite do futebol russo tem sido beneficiada por esquemas de doping. Os 34 casos com documentação na Fifa já estão em Zurique por 18 meses. Mas, ainda assim, nenhuma providência foi tomada. 23 deles se referiam a jogadores que estavam na Copa de 2014, no Brasil.

Ao jornal britânico, o ex-presidente da WADA, Richard Pound, considerou que a dimensão “bilionária” da Copa seria o motivo para o silêncio da Fifa sobre as suspeitas de doping. O temor da entidade, segundo ele, seria minar a credibilidade da Copa do Mundo, um evento que movimenta US$ 6,1 bilhões.

Chamou a atenção do mundo o desempenho da seleção russa que, em dois jogos, marcou oito gols e foi a quem mais correu: 230 quilômetros. 

Pound insiste na necessidade de uma investigação independente sobre o caso e ataca a Fifa por não agir.

O escândalo do doping russo e a Copa do Mundo coincidem em pelo menos um aspecto: o envolvimento de Vitaly Mutko, ex-CEO da Copa, ex-ministro dos Esportes e acusado como sendo a pessoa que orquestrou o doping de estado.  Na semana passada, ele inclusive recebeu o ex-presidente, Joseph Blatter, para um jantar na presença de Vladimir Putin e de Alexey Sorokin, CEO da Copa.

 

Foto: Carl Recine/Reuters

 


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