O momento de apreensão dos torcedores do Vitória deve continuar nos próximos dias, quando devem ser julgados os envolvidos na confusão com o árbitro Gilberto Rodrigues Castro Júnior, na derrota para o Ceará, que gerou a eliminação do clube da Copa do Nordeste. Para complicar a situação do Rubro-Negro, o Procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmidt, confirmou que punições serão dadas aos réus.
 
"A súmula é bastante elucidativa, tanto nas agressões, ofensas e comportamento da torcida. Todos vão responder. Para agressão contra árbitro, que é o caso do Cajá, a pena mínima é de 180 dias. Mas, vamos avaliar. O Caio Júnior estaria enquadrado no artigo de ofensas contra árbitros. O comportamento de torcedores também é complicado, pois o árbitro relata que houve invasão do gramado", revelou.
 
Schmidt ainda revelou que o Leão poder perder mandos de campo na Série A do Brasileirão. "O que pode acontecer é o clube ser multado e ter perda de mando na próxima competição nacional. Não seria na Copa do Brasil, pois ela tem um formato diferente. Seria no Brasileiro".
 
Porém, apesar da declaração do Procurador do STJD, dentro da Toca o otimismo impera. Em entrevista exclusiva à Equipe dos Galáticos, o vice-presidente jurídico do Vitória, Manoel Machado, desqualificou as acusações do árbitro pernambucano.
 
"O árbitro, além dos absurdos que cometeu na partida, colocou na súmula uma versão totalmente diferente do que aconteceu. Não houve tapa no rosto, houve sim o dedo em direção ao rosto dele. Isso descaracteriza tudo o que ele disse na súmula. E não houve invasão de torcedores ou outras pessoas do Vitória. Quem estava no campo eram pessoas que trabalham no campo, como médicos, preparadores entre outros. A torcida não invadiu nem jogou objeto no campo", defendeu.
 
Segundo o advogado, o Rubro-Negro possui provas da deficiência de Gilberto Castro Júnior. "Vamos mostrar também que ele não teve o controle do jogo, errou e aquele pênalti não marcado causou todo o tumulto e a expulsão dos jogadores".
 
Para tentar tranquilizar o torcedor, Machado garantiu que tem esperança que o Tribunal aplique pena branda para o meia Renato Cajá. "Acreditamos nisso sim. Não houve agressão. Houve sim reclamação com o dedo em direção ao rosto. Provavelmente vamos conseguir uma desqualificação da denúncia e ele terá uma pena menor. A principal prova é a imagem da TV", ratificou.
 
Já sobre o técnico Caio Júnior, o vice jurídico admitiu que deve haver uma suspensão, mas minimizou as conseqüências. "Pode ocorrer uma suspensão dele sim. Se isso acontecer, vamos tentar uma redução de pena. Mas, tudo vai depender do entendimento do Tribunal. Em caso de punição, ele pode utilizar o recurso de ficar na arquibancada e colocar seu assistente no campo", concluiu.