TV RÁDIO
Buscar

União já gastou R$ 830 milhões com a pista de Interlagos

Autor(a): Folhapress em 10 de Maio de 2019 18:45
Foto: Jorge Araújo/Folhapress

Sob risco de perder o status de casa da F-1 no Brasil para o Rio de Janeiro, o autódromo de Interlagos recebeu investimento público de ao menos R$ 830 milhões (em valores corrigidos pela inflação) ao longo dos últimos 29 anos em que sediou o GP Brasil, segundo levantamento realizado pela Folha com base em informações de contratos publicados no Diário Oficial e também por jornais da época.

O levantamento considera os valores que foram direcionados para obras realizadas no local para atender a exigências da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e da FOM (Formula One Management, antiga proprietária da F-1) para manter no autódromo as provas da categoria.

O montante é superior aos R$ 697,4 milhões que deverão ser gastos para a construção do autódromo do Rio, na região de Deodoro. A intenção nesse caso é que o custo seja arcado pela iniciativa privada.

No período, Interlagos passou por profundas mudanças. Na primeira delas, para voltar a sediar a corrida, que durante a década de 1980 foi disputada no autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, o traçado foi reduzido de 7.960 metros para 4.325 metros --uma tendência mundial para atrair direitos de transmissões das emissoras-- e ganhou o "S do Senna", uma sugestão do próprio Ayrton.

Também foram construídos 23 boxes, salas de apoio para equipes, imprensa e prestadores de serviços, além da torre de cronometragem da prova e um centro médico. Um novo autódromo foi inaugurado no dia 25 de março de 1990, com a vitória de Alain Prost. Gerhard Berger e Senna terminaram, respectivamente, na segunda e terceira colocação.

"Interlagos era um casarão abandonado. A prefeitura não tinha todo esse dinheiro, mas contou com concessões com empreiteiras e outras empresas", afirmou Erundina, atualmente deputada federal pelo PSOL (na época ela era do PT).

Em 2000, após exigências da FIA, a organização precisou refazer o traçado, que passou a ter 4.309 metros.

Além disso, as antigas caixas de brita foram substituídas por áreas de escape asfaltadas, que permitiam aos pilotos voltar à pista após uma escapada. Nessa nova reforma, mais R$ 139 milhões saíram dos cofres públicos.

A partir de 2005, a prefeitura de São Paulo repassou a administração do autódromo para SPTuris (empresa municipal de turismo e eventos), que concentrou os investimentos para atrair mais público. Entre eles, a construção de arquibancadas fixas cobertas, banheiros de alvenarias, acessibilidade para deficientes físicos e construção de um novo hospital com 5.000 m².

Em 2007, por exemplo, a construção de arquibancadas permanentes em frente ao pit lane e as obras para troca do asfalto e melhoria da área dos boxes geraram um custo de cerca de R$ 80 milhões, pagos, novamente, pelo erário.

Por outro lado, a realização do GP Brasil em São Paulo ajudou a movimentar a economia da cidade. Em 2018, estima-se que o evento movimentou cerca de R$ 334 milhões com turismo, um crescimento de 19,2% frente aos R$ 280 milhões registrados em 2017, segundo dados da SPTuris.

Não à toa, com a ameaça de perder a F-1 depois que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou termo de cooperação com objetivo de levar as provas para o Rio, o prefeito Bruno Covas e o governador de São Paulo, João Doria (ambos do PSDB), tentam renovar por mais dez anos o contrato com a F-1, vigente até 2020.

Atualmente, o projeto de privatização de Interlagos está congelado, à espera do início das discussões sobre a Operação Urbana Jurubatuba na Câmara Municipal.

O primeiro GP Brasil de F-1 foi realizado em 1972, em Interlagos. Nos anos 1980, a prova se mudou para o Rio de Janeiro, no autódromo de Jacarepaguá, onde ficou até 1989. No ano seguinte, voltou para Interlagos, circuito em que permanece até hoje.


Whatsapp
Mande um Comentário
Os comentários não representam a opinião do portal Galáticos Online. A responsabilidade é do autor da mensagem.

Mais noticias


Ver todos

Publicidade

Fotos

Publicidade

Publicidade