O ambiente no CT Lanna Drummond continua muito triste e pesado. O assassinato do meia William Morais, na madrugada do último domingo, ainda não foi digerido pelos jogadores e comissão técnica do América-MG. Mas os treinamentos no clube devem continuar durante toda a semana. No domingo, o Coelho recebe o Ipatinga, às 17h (de Brasília), na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.
 

Mesmo com o clima de tristeza, os trabalhos devem seguir o cronograma pré-estabelecido pelo técnico Mauro Fernandes, que resume como está o sentimento de todos no América-MG.

- Esses primeiros dias vão ser os mais tristes pra nós. Quem vem ao América-MG sabe que o ambiente aqui é descontraído e alegre, eu estou sempre brincando e sorrindo, mas hoje (segunda-feira) minha rotina foi quebrada. A gente ainda procura o jogador dentro de campo, na hora dos treinamentos, mas, aos poucos, as coisas vão entrando no seu devido lugar e nós esperamos que daqui pra frente, a gente também tenha força pra superar porque todos nós estamos sujeitos a um acontecimento como esse.
 

O coordenador de preparação física do Coelho, Jomar Ottoni, fala sobre o trabalho a ser feito com o grupo de jogadores visando diminuir o abatimento causado pela perda de William Morais.
 

- Primeiro, nós temos que trabalhar com dois focos. Ser o mais profissional possível, tentar segurar a onda junto com os jogadores, não deixar isso abater o grupo. E do lado humano, que é praticamente impossível a gente não se emocionar, não sentir a perda de um jovem atleta, extremamente promissor e batalhador, que, antes de tudo, é um ser humano. Nós acabamos de ter um convívio de quase 20 dias, dormindo, acordando, tomando café, comendo juntos. Temos que fazer com que o lado humano não interfira tanto no profissional e este é nosso papel, como comissão técnica.
 

Jomar diz que o elenco americano pode homenagear o colega com boas atuações dentro campo. A inspiração para isso é o estilo guerreiro do próprio William Morais.
 

- A maior homenagem que a gente pode fazer pra ele é dentro de campo. Lutar, tentar, se desdobrar em campo, que era uma característica do William, que era um jogador muito guerreiro. Todo mundo tem que tentar incorporar este lado, conseguir os resultados e reproduzir isso dele que, mesmo com o pouco tempo aqui com a gente, deixou muitas marcas.