Dando sequência à série de entrevistas com os candidatos à Presidência do Esporte Clube Bahia, o segundo entrevistado do Galáticos Online é o candidato Fernando Jorge. Lembrando que todas as entrevistas ficam disponíveis na aba "Entrevistas" do site.
Graduado em Engenharia Civil, Fernando Jorge Carneiro tem 66 anos e concorrerá ao cargo de presidente do Bahia pela terceira vez. Ao lado do candidato a vice-presidente, Antônio Tillemont, Fernando Jorge concorre nas eleições pela chapa “Voltar a Sorrir”.
1) Quais são os seus principais projetos e as suas metas para o departamento de futebol para os próximos três anos?
RESP: Primeiramente, o Departamento de Análise e Desempenho (DADE) ganhará um novo nome, que será Central de Monitoramento do Futebol Profissional (CMFP). Obviamente, não se trata apenas de mudança nos nomes. O critério de contratações terá mais filtros. Profissionais do futebol avaliarão condições técnicas, de saúde e disciplina. Dessa maneira, evitaremos contratações de jogadores como Thiago Ribeiro, que se tecnicamente encaixaria no time, do ponto de vista de saúde, sua contratação era de risco. O diretor de futebol terá metas trimestrais e anuais e espero contar com alguém de longo prazo. Também implantarei, junto à minha equipe diretiva, o plano de previdência para os jogadores, para garantir uma aposentadoria digna para ex-atletas.
2) O que projeta com relação a todo o patrimônio do clube, principalmente os CTs da Cidade Tricolor e Fazendão?
RESP: Manterei ambos os CTs. A equipe profissional continuará no Fazendão. É mais cômodo para os profissionais, que moram perto do CT e não precisam enfrentar tanto trânsito. A Cidade Tricolor será um centro formador de novos talentos. Lá ficarão as divisões de base. É importante que base e profissional fiquem separados. Na medida em que o jogador cresce, ele naturalmente mudará de CT, pois irá ao profissional.
3) Sobre divisões de base e captação de talentos. Como pretende fazer com que o Bahia produza bons valores para o time profissional, além de captar jogadores promissores em centros menores para possíveis vendas futuras?
RESP: A Cidade Tricolor será o local em que a base irá treinar. A ideia também é investir em olheiros, de preferência ex-atletas, para captar talentos fora de Salvador, especialmente no interior do estado. Captar para trazer para o Bahia e no Bahia, aperfeiçoá-los. Da base atual do Bahia, nenhum jogador é da atual gestão, que não fez um bom trabalho de base.
4) Tendo em vista a diferença de arrecadação do Bahia para clubes do sudeste e sul do país, como pretende alavancar as receitas do clube nos próximos três anos possibilitando maior competitividade no cenário nacional?
RESP: Primeiro precisamos diminuir custos. Aumentar receita e criar condições favoráveis ao clube para ganhar títulos. Aumentarei a associação de torcedores, bem como a valorização através dos triunfos e da marca Bahia, melhorando suas condições e novos contratos de parcerias, bem como as negociações com televisões e Arena Fonte Nova.
5) No que se refere à Diretoria de Mercado, quais suas propostas para fazer crescer o número de sócios do clube, além de aumentar receitas com patrocínios e exploração da "marca Bahia"?
RESP: O resultado em campo ajuda, mas é preciso ouvir o torcedor através de uma pesquisa científica e entender o motivo de ele não se associar. Está caro? Ele enxerga poucas vantagens no plano? Se eu for eleito, vou lançar uma plataforma chamada "Bahia Digital", que aproximará mais o sócio do clube, mesmo ele sendo residente de outras cidades, estados e até do exterior. Com relação aos patrocinadores, queremos uma relação justa. O Bahia dá muito para qualquer empresa que estampe seu nome na camisa. Não vou deixar a camisa poluída em troca de permutas. Como empresário, sei negociar e sei da importância de ter uma boa relação com anunciantes.
6) Sobre a Arena Fonte Nova, como pretende lidar com essa parceria tendo em vista algumas críticas feitas por boa parte da torcida, sobretudo, aos preços dos ingressos?
RESP: Os contratos precisam ser vistos, primeiramente. O torcedor precisa ser mais ouvido. Ouço as queixas e o torcedor é o principal patrimônio do clube. Então, o acordo com o estádio deve ser justo e os serviços disponíveis devem funcionar bem. Para aumentar a média de público. O torcedor deve ser respeitado. Não pode sofrer com filas enormes e poucos guichês funcionando. Além da questão do preço, que deve ser revista.
7) O senhor já concorreu à presidência do Bahia em outras oportunidades. O que te faz crer que dessa vez o senhor será o vencedor?
RESP: Nas outras duas vezes, em 2005 e 2008, não havia eleições diretas. O conselho escolhia o presidente, e o conselho era viciado, se comprovou depois com a ação de Jorge Maia, que levou à intervenção, que as eleições eram fraudulentas e que o estatuto era ultrapassado. Hoje, o Bahia vive uma jovem democracia, que precisa ser aperfeiçoada com o tempo, os sócios votam diretamente para presidente e confio no sistema eleitoral. Além disso, creio que vou ser eleito por conta de minha história e experiência adquirida ao longo dos meus 50 anos no clube, como ex-atleta, dirigente, conselheiro, presidente do conselho deliberativo, além de ter sido premiado dias atrás com o título que muito me honra, de sócio grande benemérito.
8) Suas considerações finais.
RESP: Torcedor, sugiro que você conheça os candidatos, leia os planos de gestão e se informe. Isso vale para qualquer democracia. Eu estou preparado para assumir o Bahia ao lado do meu vice, Antonio Tillemont, um homem com experiência comprovada no futebol e que, assim como eu, quer retribuir ao clube tudo que ele nos deu. Eu não tenho chefe político, não tenho filiação partidária, tampouco tenho aspirações políticas. Tenho 66 anos e quero presidir nos próximos três anos o time do meu coração, o time que conheço, que já joguei na base, que já dirigi no departamento de futebol, que presidi o conselho, o primeiro conselho democrático, em 2013, e vou fazer o Bahia voltar a sonhar alto. Vote 33 para presidente!