Entrevista do site ‘Arena Rubro-negra’ com Daniel Barbosa destaca a importância da SAF e a participação da torcida nas decisões do clube.
Reprodução / InternetPor Redação Galáticos Online
Publicado em 30/04/2025, às 17h00Em um momento crucial para o futuro do Esporte Clube Vitória, o “Movimento Vitória SAF” (MVSAF) vem ganhando força e mobilizando torcedores, sócios e conselheiros em defesa da transformação do clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Em entrevista exclusiva ao ‘Arena Rubro-Negra’, Daniel Barbosa, fundador do movimento, detalhou as propostas do grupo, criticou o modelo de SAF defendido pela atual gestão e reforçou a importância da participação popular nas decisões do clube.
Segundo Barbosa, o objetivo do MVSAF, a curto prazo, é sensibilizar a atual diretoria para avançar no processo de profissionalização e modernização da instituição por meio da SAF. Caso isso não aconteça, o grupo pretende disputar as próximas eleições com uma chapa pró-SAF. “Estamos fortalecendo o movimento, que cresce rapidamente graças à adesão dos torcedores e sócios à nossa proposta”, afirmou.
O principal ponto de discordância entre o MVSAF e a gestão do presidente Fábio Mota está no modelo de SAF proposto. Mota defende um modelo de divisão acionária 49/51, no qual a associação civil manteria o controle majoritário da SAF. Barbosa critica a proposta, chamando-a de “SAFake” e alegando que grandes grupos multiclubes não aceitam ser acionistas minoritários. “Qual investidor sério vai injetar dinheiro no Vitória sem deter o controle da principal atividade do clube? Não há qualquer chance disso acontecer”, argumenta.
Sobre os receios da torcida em relação à perda de identidade do clube, Barbosa reforça que a legislação atual protege os símbolos, o nome e a sede do clube. Além disso, ele defende que o contrato de SAF seja redigido com cláusulas de investimento mínimo e metas de desempenho, que permitam até mesmo a recompra das ações em caso de descumprimento.
Embora o movimento não tenha como papel institucional negociar com investidores, Barbosa afirma que alguns membros realizam contatos informais. Um deles chegou a conversar com Nassef Sawiris, dono do grupo NSWE (controlador do Aston Villa), que demonstrou interesse no mercado brasileiro.
O MVSAF também destaca a importância da manutenção da associação civil do Vitória após a SAF, com papel fiscalizador e atuação em outras modalidades esportivas, como esportes olímpicos e eletrônicos. “A associação deve continuar ativa e atuante, cobrando resultados e fiscalizando o investidor”, reforça o fundador.
Para Barbosa, o Vitória tem todas as condições de atrair grandes investidores. Com uma das maiores capitais do país como sede, estrutura consolidada e uma marca forte na formação de atletas, o clube é visto como altamente atrativo.
A transparência da atual gestão é um dos principais entraves apontados pelo MVSAF. Segundo Barbosa, há denúncias de intimidação em reuniões do Conselho e dificuldade de acesso a documentos. “Há conselheiros que afirmam que o presidente Fábio Mota nunca participou de reuniões para dialogar com o colegiado”, denuncia.
Mesmo recente, o movimento já reúne mais de 500 apoiadores, incluindo mais de 100 sócios votantes e diversos conselheiros. O plano é ampliar o diálogo institucional nos próximos meses e intensificar a mobilização.
Barbosa finaliza reforçando a necessidade do engajamento da torcida. Entre as propostas do MVSAF está a melhoria da experiência do torcedor com ingressos acessíveis, eventos no match day e a criação de um clube recreativo no Barradão. “O torcedor precisa viver o clube e se sentir parte dele”, afirma.