Massa estuda processar F-1 e ser declarado campeão de 2008. Entenda

Massa estuda processar F-1 e ser declarado campeão de 2008. Entenda

Getty Images

Por Redação Galáticos Online

Publicado em 04/04/2023, às 16h15

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Vice-campeão mundial de Fórmula 1 em 2008, o brasileiro Felipe Massa admite que poderá acionar a categoria e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) na Justiça para assegurar a conquista do título daquele ano. 

Massa estuda as ações legais por causa de declarações recentes do ex-chefão da categoria, Bernie Ecclestone, referente a possível manipulação do resultado do GP de Cingapura, daquele ano, e de que Massa poderia ter ficado com aquele título mundial, desbancando Lewis Hamilton.

O chamado "Cingapuragate", um dos casos mais rumorosos da história da F-1, aconteceu em setembro de 2008, na 15ª de 18 etapas daquela temporada. Na ocasião, Massa disputava o título com Hamilton. Foi o pole position da corrida e liderava a prova quando Nelsinho Piquet sofreu uma batida, o que mudou os rumos da disputa. Fernando Alonso, da mesma equipe Renault de Nelsinho, acabou ficando com a vitória naquele GP.

Um ano depois, Nelson Piquet veio a público para denunciar que seu filho batera de propósito por ordem de Flavio Briatore, então chefe da Renault, para beneficiar o companheiro de equipe, Alonso. O caso foi investigado pela FIA, que puniu os envolvidos. Briatore foi banido da F-1, embora a decisão já tenha sido revogada, e o engenheiro Pat Symonds, outro responsável pela ordem para a batida, foi suspenso por cinco anos - atualmente é o diretor técnico da F-1.

"Eu pretendo estudar a situação. O resultado, os estudos do que dizem as leis, as regras... A gente tem que ter uma ideia do que é possível fazer. Como eu disse, eu não tenho interesse financeiro nisso. Vou processar a FIA para ganhar dinheiro em cima, mas sem mudar o resultado? Isso não me interessa. O que me interessa apenas é a justiça correta dessa situação", declarou Massa, em entrevista ao site Motorsport.com.br.

A polêmica foi revivida no início de março, quando Ecclestone concedeu entrevista ao site F1-Insider na qual admitia que ele e o então presidente da FIA, Max Mosley, estavam cientes da armação ainda em 2008, após o episódio, antes mesmo da denúncia de Nelson Piquet, feita apenas no ano seguinte.

"Tivemos informações suficientes a tempo de investigar o assunto. De acordo com os regulamentos (da época), deveríamos ter cancelado a corrida em Cingapura naquelas condições", declarou. "Decidimos não fazer nada. Queríamos proteger o esporte e evitar um grande escândalo. Por isso me esforcei para convencer meu ex-piloto Nelson Piquet a manter a calma", disse Ecclestone, em referência ao período em que era chefe de Piquet na já extinga equipe Brabham.

"Felipe Massa se tornaria campeão mundial, e não Lewis Hamilton. Hoje me solidarizo com Massa, sinto muito por ele. Afinal, ele ganhou a corrida em casa, em São Paulo, mas foi enganado e não levou o título que merecia. Hoje eu teria feito as coisas de outra forma", reconheceu Ecclestone. O título de 2008 foi decidido por apenas um ponto de diferença.

"Isso é muito triste. Você sabe que uma coisa foi roubada, o resultado dessa corrida era para ser cancelado e eu teria um título. No final, quem mais saiu perdendo com esse resultado fui eu. Estamos indo atrás para entender tudo isso", finalizou Massa.


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