Novo estatuto aprovado dá mais poder ao presidente Ednaldo Rodrigues e elimina barreiras contra conflitos de interesse
ReproduçãoPor Redação Galáticos Online
Publicado em 12/05/2025, às 18h00A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aprovou, no fim de 2024, mudanças polêmicas no seu estatuto que aumentam o poder do presidente Ednaldo Rodrigues e liberam a entidade para fechar contratos com empresas de familiares de seus dirigentes.
Uma das principais alterações foi a exclusão de um artigo que proibia esse tipo de contrato — ou seja, agora está liberado fazer negócios com empresas de filhos, irmãos, tios e outros parentes próximos. Antes, isso era vetado justamente para evitar conflitos de interesse.
Outra mudança importante foi concentrar ainda mais poder nas mãos de Ednaldo. Agora, só ele pode decidir sobre intervenções nas federações estaduais. Antes, essa decisão passava pela Diretoria da CBF. Além disso, caiu uma regra que permitia o afastamento preventivo de pessoas envolvidas em denúncias de irregularidades.
As alterações foram justificadas como uma tentativa de “ajustar o estatuto aos padrões da FIFA”, mas segundo pessoas que acompanharam a reunião, pouca gente entendeu de fato o impacto dessas mudanças.
Tudo isso acontece enquanto o presidente enfrenta várias críticas e questionamentos na Justiça. Ednaldo é acusado de aparelhar a CBF com aliados — inclusive com o caso do seu concunhado, Ricardo Lima, que viu seu salário quase quintuplicar nos últimos anos dentro da entidade.
A pressão contra Ednaldo já chegou até o Supremo Tribunal Federal (STF): a deputada Daniela Carneiro (União Brasil-RJ) entrou com uma ação pedindo seu afastamento imediato e a reabertura do processo que questiona a legalidade da eleição que o colocou no cargo.