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Comitê Rio-2016 cobra ex-executivo por atos que levaram a déficit do órgão

Autor(a): Redação Bocão News em 25 de Abril de 2018 11:15

O comitê organizador da Olimpíada do Rio de Janeiro notificou o ex-diretor-geral Sidney Levy para que preste contas de seus atos à frente da entidade.

Esse é o início de uma eventual cobrança de responsabilidades pela dívida de mais de R$ 200 milhões dos organizadores dos Jogos Olímpicos do Rio com fornecedores.

Sem recursos à vista, os conselheiros que restaram no órgão temem que credores avancem judicialmente sobre seus bens pessoais.

Dos seis membros do antigo Conselho Diretor do Comitê Organizador Rio-2016, apenas dois permanecem na entidade: Edson Meneses, ex-presidente do banco Prosper, e Bernard Rajzman, ex-jogador de vôlei e único membro brasileiro do COI (Comitê Olímpico Internacional).

O ex-presidente do conselho e do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, foi preso e afastado do Comitê Rio-2016.

A empresária Luiza Trajano, o ex-presidente da BM&F Manoel Felix Cintra Neto e o ex-proprietário do Jornal do Brasil José Antonio Nascimento Brito, todos ex-conselheiros do órgão, renunciaram a seus cargos há um mês, após a matriz francesa da GL Events, maior credora do comitê, ameaçar pedir a falência da entidade.

Levy foi notificado para prestar contas de sua gestão à frente da entidade. Ele foi contratado em janeiro de 2013, após o COI pressionar o comitê a ter executivos profissionais no comando da organização dos Jogos.

Ex-presidente do American Banknote no Brasil, Levy foi o responsável por estruturar a diretoria-executiva do Comitê Rio-2016 na fase mais crítica da organização dos Jogos.

Na estrutura do comitê organizador, a diretoria-executiva, chefiada por Levy, fazia as negociações com fornecedores e estabelecia as decisões estratégicas para execução dos serviços.

O Conselho Diretor era responsável por aprovar as contratações de valor acima de R$ 500 mil e cobrar executivos sobre a condução do órgão.

Em depoimento ao Ministério Público Federal, Levy afirmou que a entidade já tinha um déficit de aproximadamente R$ 150 milhões quando assumiu o cargo. Ele atribuiu o rombo inicial nas contas da entidade à falta de governança da equipe anterior.

Ainda assim, em 2014, ele decidiu que o comitê não receberia verba pública.

Quando o Rio de Janeiro venceu a disputa para ser sede dos Jogos Olímpicos de 2016, os governos federal, estadual e municipal se comprometeram a cobrir eventuais déficits do comitê organizador. No entanto, apenas a União editou lei sobre o tema ---o chamado Ato Olímpico.

Após o TCU (Tribunal de Contas da União) tentar analisar os gastos do comitê 
---inclusive salários de executivos--- em razão da garantia legal de cobertura, o órgão defendeu a retirada do artigo que previa o socorro federal. Dessa forma, o órgão fugiu das auditorias. Levy foi um dos defensores da medida.

Com a entidade à beira da falência, Meneses e Bernard decidiram notificar Levy a fim de analisar a responsabilidade do executivo sobre os atos que praticou no órgão e evitar o bloqueio de seus bens.

O COI encerrou contatos sobre ajuda financeira ao comitê desde a prisão de Nuzman, acusado de comprar voto para a escolha do Rio como sede.

A última auditoria apontou um rombo de R$ 218 milhões. Uma nova está sendo feita.

A Folha procurou os advogados de Levy para comentar a notificação, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Dívida do comitê organizador
Órgão deve R$ 218 milhões a fornecedores

Quem assume?
Comitê pretende pedir recursos para o COI, que já se negou a ajudar. Sem novos recursos, órgão terá de decretar falência, deixando credores sem pagamento. Os governos federal, estadual e municipal não pretendem socorrê-lo

Gestão do Parque Olímpico da Barra
AGLO (Autoridade de Governança do Legado Olímpico) não definiu quem administrará o espaço após junho de 2019, quando o órgão deixará de existir

Quem assume?
Governo pode prorrogar existência da AGLO. Caso contrário, a obrigação seria do Ministério do Esporte, que diz aguardar estudo do BNDES sobre modelo ideal de gestão das arenas

Maracanã
Estado alterou regras da concessão sem consentimento da concessionária, que não paga outorga de R$ 5 milhões anuais

Quem assume?
Governo do estado planeja há mais de 1 ano nova licitação do estádio

R$ 218 milhões
é o valor do rombo do comitê, segundo a última auditoria feita nas contas da entidade

R$ 9,2 bilhões
foi o total gasto pelo comitê organizador dos Jogos segundo a última versão da matriz de responsabilidade da Rio-2016, divulgada em junho de 2017

R$ 56,6 milhões
é o orçamento da AGLO para a administração e manutenção das Arenas Cariocas 1 e 2, o Velódromo e o Centro de Tênis no Parque da Barra da Tijuca em 2018

Foto: Folhapress


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