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Entenda a parceria que "privatizou" o Figueirense e instalou uma crise no clube 

Autor(a): Redação Galáticos Online (Twitter - @galaticosonline) em 23 de Agosto de 2019 11:45
Foto: Divulgação

A parceria clube-empresa não deu muito certo para o Figueirense. O clube catarinense optou pela criação de uma empresa limitada para administrar seu futebol, o Figueirense Ltda, e vendeu 95% de sua participação para um investidor privado. Alguém que, pelo menos em teoria, colocaria dinheiro e profissionalizaria a administração a ponto de tornar o Figueira esportivamente competitivo. A informação é do jornalista Rofrigo Capelo, do GloboEsporte.com.

No entanto, o que parecia ser um plano para tornar o Figueira mais forte, se tornou um verdadeiro pesadelo. Com salários atrasados aos meses, jogadores do Figueirense optaram por um modo mais incisivo de protestar contra o descaso dos dirigentes: não entraram em campo e perderam por W.O. para o Cuiabá na Série B.

O Figueirense, enquanto associação sem fins lucrativos, concordou em transferir todos os ativos do futebol profissional para uma empresa, a Figueirense Ltda. O contrato foi assinado entre as partes em 8 de agosto de 2017 e tem duração pré-estabelecida em 20 anos.

O Figueirense Ltda é uma empresa dividida em 95% para a "investidora", uma empresa chamada Elephant Participações Societárias S/A, e 5% para o Figueirense Futebol Clube, a associação. No entanto, a associação não possui nenhuma ingerência sobre a administração.

Obrigações do Figueirense 

Em contrapartida à transferência dos ativos do futebol profissional, a empresa controlada pela Elephant assumiu algumas obrigações perante o Figueirense Associação. Todas previstas em contrato.

Assumir a responsabilidade sobre dívidas. Segundo os balanços financeiros referentes a 2018, o Figueirense Ltda assumiu R$ 22 milhões que antes pertenciam ao Figueirense Associação. 

Repassar 10% da receita obtida com associados para o Figueirense Associação, com mínimo de R$ 50 mil e máximo de R$ 70 mil por mês.

Repassar 5% das receitas com bilheterias de jogos de futebol e 10% do lucro líquido de eventos não relacionados a futebol para o Figueirense Associação. O dinheiro deve ser usado em melhorias no estádio Orlando Scarpelli. Com mínimo de R$ 500 mil por ano.

O contrato estabelece que as quantias mínimas precisam ser pagas pelo Figueirense Ltda de qualquer jeito, independentemente das receitas que a empresa obteve com associados ou estádio. Caso elas estejam baixas, a companhia precisa colocar dinheiro próprio para cumprir o mínimo.

Nos balanços referentes a 2018, há destaque para uma dívida de R$ 600 mil do Figueirense Ltda com o Figueirense Associação. Isso indica que as receitas não foram suficientes para o pagamento dos percentuais, nem a investidora colocou dinheiro adicional para cumprir o contrato.

Em 2018, o Figueirense Ltda registrou um deficit de R$ R$ 30 milhões. Mesmo se forem subtraídos os R$ 22 milhões em dívidas do Figueirense Associação que foram assumidos pela empresa, uma despesa com mero valor contábil, as contas continuam com um prejuízo de R$ 8 milhões.


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