Continuando a série de reportagens diárias, a equipe da Itapoan FM entrevistou Sandro, atacante campeão brasileiro em 1988 com o Bahia. O jogador que marcou 56 gols pelo Tricolor teve uma conversa descontraída e revelou que viveu os melhores momentos como profissional no Esquadrão. 

Sandro lembra que chegou no Bahia por empréstimo, para disputar o Campeonato Brasileiro de 1986, se destacou e ficou em definitivo.

"Fui artilheiro da Catuense no Campeonato Baiano de 1985, daí fui por empréstimo de seis meses para o Bahia, 1986 e disputei o Brasileiro daquele ano", falou.

Ele lembra que foi campeão em todos os anos que passou pelo Bahia, após ser contratado em definitivo e não esconde o carinho que tem pelo Tricolor.

"Fiquei de 1986 até 1989, fui campeão em 1987, 88 e 89. Foi o time onde tive mais alegrias. Fui titular quase o Brasileiro todo, quando fomos campeões brasileiros", comentou.

A saída do Bahia foi inusitada, mas Sandro saiu pela porta da frente. Mesmo tendo uma negociação tensa com Paulo Maracajá, o atacante seguiu seu sonho de atuar no exterior.

"Teve um repórter em Salvador que me indicou para o Goiás, no ano em que Túlio estava surgindo, era um bom time. De lá, fui para a Grécia", Sandro ainda continua falando:

"Maracajá me falou que me liberava se eu conseguisse 3 milhões de cruzeiros e o repórter conseguiu. Consegui de tarde e ele disse que não valia mais, porque ele falou que a palavra dele só valia pela manhã. Fiquei chateado, mas nos resolvemos e consegui sair, para o Goiás e depois Grécia", relembrou de forma bem humorada.

No Goiás, ele teve uma passagem relâmpago, pois se destacou e chamou atenção de um time europeu. Prontamente, o atacante aceitou a proposta.

"Joguei três meses no bom time do Goiás, porque surgiu o interesse do time da Grécia. Como eu tinha interesse em jogar no exterior, conversei com o presidente do Goiás e ele me liberou", revelou.

Na Europa, Sandro realizou o sonho de jogar fora do Brasil e pôde fazer o desejado "pé de meia": "Financeiramente foi muito bom pra mim, recebia boas luvas e bom salário. Passei cinco anos lá na Grécia e consegui comprar alguma coisa aqui na Bahia".

Orgulhoso, afirma que no Bahia teve bons contratos e revela que o colega de equipe, Bobô, era quem negociava para ele.

"Eu ganhei dinheiro no Bahia, não cheguei a ficar rico, mas deu pra fazer um pequeno pé de meia. Quem fazia meu contratos lá era Bobô, e ele sempre fazia bons contratos pra mim", afirma.

Sobre a fama de Maracajá ser difícil na negociação, Sandro diz que entende e que o ex-presidente fazia jogo duro pensando no bem do Bahia.

"Todo mundo tinha medo de falar com Maracajá, porque ele jogava duro. Mas ele visava o lado do clube. Ele sempre inentivava os jogadores a irem bem, dava bicho dobrado quando a gente merecia", completou.