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Papai Noel pobre

por Edson Almeida em 20 de Dezembro de 2013 14:21

Nos meus tempos de criança, era comum a gente colocar os sapatos na janela do quarto e, no dia seguinte, conferir o que o Papai Noel deixou de presente. Soube de alguns casos em que os desalmados ladrões passaram em lugar do bom velhinho e levaram os galopins brancos, os congas e kichutes cinzentos, que a meninada jogava bola ou ia para as escolas.
 
Em nosso futebol, parece já não haver mais impiedosos larápios, mas o Papai Noel continua de vagar, sem presentes de impacto, com o Vitória, que foi nosso melhor time em 2014, apenas tentando renovar os contratos de seus dois melhores jogadores da temporada – Biancucchi e Escudero -, procurando tapar o buraco da zaga deixado pela perda de Victor Ramos e Kadu, com a vinda, por enquanto de Dão, da Chapecoense.

O Bahia, que foi um fiasco em todas as competições que disputou, está necessitando de muito mais do que já apresentou aos torcedores. Por enquanto, timidamente foram anunciados Diego Felipe, apoiador de Chapecó e Norberto, lateral do América de Natal. O resto é especulações.  Ou os dirigentes estão preparando, na surdina, um  valoroso pacotão de Boas Festas, ou a torcida vai continuar curtindo uma grande ansiedade. 
 
Se vocês lerem a crônica divulgada há um ano, é praticamente a mesma coisa, só que com o título de “Queremos novidades”. Porque vai ficar angustiante chegar o Natal sem peru, empanadas, bolos, tortas e queijos de cuia e o Ano Novo sem o estourar de  champanhe. Ou melhor: de uma cidrazinha sequer.
 
Vai ter torcedor criticando e dizendo que os dirigentes foram Papais Noéis de sacos muchos, apesar das costumeiras promessas de times fortes e boas contratações.
 
O Bahia foi heroico, teve estrela, soube superar sérios problemas, pois praticamente esteve imprensado na defesa pelo campeão Cruzeiro, mas encontrou não apenas as brechas para dois gols emocionantes como, também, criar outras oportunidades reais. Teve três destaques muito importantes: o goleiro Marcelo Lomba,que outra vez esteve iluminado, o atacante Marquinhos Gabriel e o meia Anderson Talisca, que acreditaram em suas potencialidades e foram os autores dos gols da salvação. 
 
O importante é que o Bahia não dependeu do resultado de ninguém, foi buscar a sua permanência na Série A, com uma rodada de antecipação. E com muitos méritos pela forma compacta da defesa, pelo auxílio do meio-campo e pela esperteza do ataque. Não se pode negar que o Cruzeiro teve maior volume de jogo, domínio e posse de bola, mil e uma oportunidades, mas sem a eficiência do seu grande adversário, que acabou colocando água no chope da grande festa.  
 
Resta fazer dois pedidos: que o Bahia tenha aprendido a lição, não fazendo sua torcida sofrer tanto no próximo campeonato e que o Vitória mantenha esta áurea de time grande, que nunca se apequena aqui nem fora de seu terreiro.

*Edson Almeida é comentarista esportivo do Galáticos, na Itapoan FM

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