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Documentário sobre a história do nadador Edvaldo Valério é lançado em Salvador

Autor(a): Redação Galáticos Online (Twitter: @galaticosonline) em 30 de Julho de 2016 12:42

O documentário ‘Baladágua’ foi lançado na noite desta quinta-feira (28), no Cinema do Museu, em Salvador. Com a duração de cerca de 30 minutos, o filme conta a história de Edvaldo Valério, único atleta negro do Brasil a conquistar uma medalha olímpica na natação. O feito do baiano, conhecido como Edvaldo ‘Bala’ Valério, ocorreu no revezamento 4x100 nos Jogos de Sydney, em 2000. O evento contou com a participação de gestores públicos, esportistas, jornalistas e familiares e amigos do nadador baiano.

Baseado na obra ‘A Braçada da Esperança’, de autoria de Raphael Carneiro, Baladágua é uma promoção da Federação Baiana de Desportos Aquáticos (FBDA), com patrocínio da Superintendência dos Desportos (Sudesb), autarquia da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre). A produção é da Olivas Filmes e a direção é de Eduardo Oliveira, que tem formação em Jornalismo e Produção Cultural e outros quatro curtas metragens no currículo.

De acordo com Oliveira, o documentário “reúne vários elementos de um vencedor. Ele enfrentou problemas em relação ao preconceito social, preconceito racial, tem questões genéticas do corpo do negro que poderiam ser um obstáculo para o desenvolvimento de alto rendimento de um atleta de natação e ele conseguiu superar cada pedacinho disso e ser quem ele é, conseguindo um feito único para a natação brasileira. É uma história maravilhosa”.

Valorização

Também destacando a vencedora trajetória esportista de Edvaldo Valério, o diretor-geral da Sudesb, Elias Dourado, afirmou que ao garantir o patrocínio para produção do documentário, a superintendência visou valorizar a historia de um negro da periferia que conseguiu, por meio do esporte, ocupar um lugar de destaque no país.

“A conquista de Edvaldo Valério é a história de um menino pobre de Salvador que, através do esporte e de um esforço enorme da família e de seus treinadores, chega até uma Olimpíada e é medalhista”, observou Dourado. Ele acrescentou que pretende disseminar o exemplo de Edvaldo Valério no interior do estado com a distribuição, em escolas e bibliotecas públicas, de um DVD com o conteúdo do curta.

A produção do documentário levou três meses, entrevistando cerca de 20 pessoas. No entanto, Eduardo Oliveira passou mais de um ano recolhendo o material e buscando apoios. Há depoimentos como o do ex-treinador Sérgio Silva, que foi fundamental para o atleta, além de entrevistas reveladoras, como de Galvão Bueno, que narrou a prova olímpica, e do ex-nadador Gustavo Borges.

Conquista

No filme, Edvaldo reconta como foi a trajetória dele até aquela conquista. A infância pobre em Salvador, a descoberta do talento na adolescência, os momentos de incerteza na juventude, os desafios diários contra o preconceito, a falta de apoio financeiro e até contra a genética, já que a formação física dos negros cria uma série de dificuldades para o desenvolvimento de um nadador de alto rendimento, são lembrados no filme.

Para fazer o filme, o nadador voltou a Sidney, 16 anos após ter conquistado a medalha e pôde constatar o quanto a Austrália preservou o complexo aquático, mesmo depois de uma década, bem como o país continua investindo no esporte e incentivando a prática de natação em busca de novos talentos.

“Eu nunca imaginei que um dia eu pudesse voltar. Tanta coisa aconteceu na minha vida que a probabilidade disso não acontecer era grande. Exemplo disso é que nunca imaginei que um dia eu seria medalhista olímpico, claro que eu tinha um sonho, mas nunca foi algo que eu afirmava ‘vou ser’. O curta resume a história de quase 30 anos de prática esportiva, desde meu início – comecei aos seis anos – até quando eu fui medalhista aos 22 anos. Eu nadei até os 32 anos de idade”, contou Valério.

Um dos presentes no lançamento foi o advogado Daniel Almeida, que nada no centro aquático administrado por Valério. “O que mais me chamou atenção foi a superação dele. Acho que é a principal parte do documentário: dele vencer as barreiras criadas, até por parte da sociedade, das pessoas, de vencer o preconceito. É um exemplo para qualquer pessoa”, resumiu.  

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