Durante mais de duas décadas no comando do Bahia, Paulo Maracajá fez história no clube. Foram diversos títulos conquistados, entre eles o histórico e inesquecível campeonato brasileiro de 88.

 

Hoje, 23 anos após ter deixado o cargo, o ex-dirigente admitiu, pela primeira vez, que já pensa em se candidatar novamente à presidência do Tricolor nas eleições marcadas para o mês de dezembro.

 

Em entrevista à Equipe dos Galáticos, na noite desta terça-feira (18), Maracajá, de 73 anos, comentou sobre a possível candidatura e afirmou que o sentimento surgiu das conversas com os próprios torcedores. "Estou em profunda reflexão sobre esse assunto. Nas ruas, pessoas me param pedindo para que eu volte. Cada vez mais isso aumenta", disse.

 

Atualmente aposentado como Conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), órgão que presidiu de 2011 a 2014, ele também revelou ser contra o pagamento de salário mensal ao presidente do Esquadrão. "Se eu vier a ser presidente, não quero receber um tostão de salário. Me disseram que isso não pode, que é obrigado a receber. Eu pego o dinheiro e coloco na conta de Irmã Dulce. Não quero dinheiro em minha mão. Não sou rico, mas o que tenho dá para viver". 

 

Maracajá, porém, reconheceu que não será tarefa fácil se eleger caso venha a ser candidato. "Se fosse no estádio da Fonte Nova, só torcedor do Bahia, eu ganharia. Seria o povo votando. Hoje, como está, é diferente. Só quem vota é associado em dia com o clube. Não tenho nenhum trabalho político com associados do clube. Então os associados que estão aí são por livre e espontânea vontade de cada um ou colocados também por outras pessoas. Eu pago minha mensalidade, minha e de minha mulher. Sou sócio do Bahia. Quero que o Bahia consiga vitórias, que seja campeão, que consiga tudo de melhor. Agora, não posso dar uma posição agora. A ideia vem a minha cabeça fortemente às vezes. Aí converso com um filho meu, e ouço: 'pai, não entre'". 

 

Por fim, Maracajá confirmou que participará do processo eleitoral do Bahia, seja como candidato ou como eleitor e apoiador de algum postulante. "Às vezes fico na dúvida, a dúvida persiste. Mas, às vezes penso também se não seria bom enfrentar esse desafio. Não estou com a certeza ainda. Eu trabalho desde 17 anos de idade. Me casei com 25 anos e já tinha quatro filhos. Com 22 anos eu estava formado bacharel de Direito. De lá pra cá, foi só trabalho. Fui vereador de Salvador por seis anos, deputado por 12 anos, fui presidente do Tribunal de Contas dos Municípios mais 20 anos, presidente do Bahia por 22 anos. Trabalhei muito. Estou naquela de pensar. Se eu verificar que vou ser útil, que minhas ideias serão boas para o Bahia, serei candidato. Senão, votarei em alguém", concluiu.