Dentre os quatro semifinalistas do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, o Flamengo é o único representante de fora do estado de São Paulo. O time aposta no conjunto para acabar com a hegemonia paulista na competição. A campanha até o momento credencia o Flamengo como um dos favoritos ao título: em 10 jogos, foram sete vitórias, dois empates e apenas uma derrota.

 

Mantido pela Marinha, a equipe faz parte de um projeto para disputar campeonatos militares e é formada desde 2009. Em 2012, começou a disputar campeonatos. À época, a equipe vestia a camisa do Vasco, com a qual disputou o campeonato de 2013. Antes de “virar Flamengo”, a equipe ainda vestiu as cores do time do Botafogo, em 2014. Muitas jogadoras que disputam o campeonato jogam no time desde o início do projeto.

 

Com o time entrosado, o Flamengo entra nas semifinais do Campeonato Brasileiro buscando o título como principal objetivo: “O Flamengo é um time grande que quer o Campeonato Brasileiro. Então, a gente tem respeitar os adversários, mas tem que ir para cima. São times muito fortes, mas quem quer ser campeão não pode escolher”, diz Abrantes.

 

De acordo com o técnico do time, a tática do Flamengo é priorizar o ataque o tempo todo: “Alguns gols que a gente tomou foi porque largou tudo para priorizar o ataque. Até as volantes têm a característica de jogar na frente”. Abrantes aponta que a estratégia do time pode mudar dependendo do adversário: “Eu faço uma análise tática da outra equipe e tento entrar em um esquema que os neutralize. Então ou a gente joga no 3-5-2, 4-3-3 ou 4: 4: 2”.

 

No meio de tantas vitórias no campeonato, o técnico aponta uma derrota como momento mais marcante. "Para mim o momento chave foi a derrota para o Corinthians. É na derrota que percebemos o que precisa mudar. Muitas vezes a gente vence e não sabe por que venceu. Mas na derrota foi quando o grupo se uniu mais do que já estava e notaram que podia vencer. A partir desse jogo nosso time não perdeu mais”, conta.

 

Artilheiras e “draftadas” são destaques no campeonato

 

Dentro de campo, as artilheiras do time no campeonato têm sido peças chaves para a boa campanha do Flamengo. Larissa, que voltou para após uma lesão no ligamento, e Pâmela, que saiu após quebrar o braço, garantiram gols importantes, de acordo com o técnico:

 

“O maior destaque, sem dúvida, é o da Larissa, pela sua superação. Ela vinha lesionada e a Pâmela era titular. A Larissa teve uma lesão no ligamento, no carioca do ano passado. Não foi cirúrgico, mas também não conseguia cicatrizar direito. Aí a Pâmela quebrou o braço e a Larissa teve que voltar para o time após oito meses. Ela marcou seis gols e a Pâmela tinha marcado cinco. A nossa sorte é que temos um elenco muito homogêneo. Eu tiro uma artilheira com cinco gols. A outra entra na competição já tem seis. Isso mostra que a soma do nosso ataque é muito bom.”

 

As jogadoras da seleção brasileira que chegaram para a segunda fase também foram primordiais para o Flamengo. Bia e Maurine fortaleceram o meio-campo do time: “As duas são meias, que é a posição que eu só tinha a Barbara, na época titular. Eu precisava dar uma experiência, e a Bia foi para jogar de volante e Maurine continuou como meia”.

 

"Depois do brasileirão voltamos a disputar o estadual e a Copa do Brasil. O time continua igual, porém com esse novo processo quatro vão entrar e provavelmente deve vir algum reforço de outras atletas em um próximo processo."

 

Raio-X da campanha

 

10 Jogos – 7 Vitórias – 2 Empates – 1 Derrota – 19 Gols Pró – 7 Contra

 

Artilheira: Larissa (6 gols)

 

O que o time pensa sobre si:

 

"A gente tem um grupo muito homogênico, não tem aquela estrela. Se você for ver a escalação do meu time, percebe que quase todas as jogadoras inscritas entraram e jogaram e as que não entraram foi por causa de algum tipo de lesão. Então é um time com muita homogeneidade e quando substitui não cai tanto. O Flamengo que é um time grande que quer o Campeonato Brasileiro."

 

O que os adversários pensam:

 

“No Flamengo, eles têm um conjunto forte. É um time muito forte”, Dorotéia Inojo, Rio Preto.

 

“É uma equipe de atletas jovens e experientes. Então é uma equipe que temos que tomar cuidado”, Emily Lima, São José.

 

“O Flamengo é um time que sofre poucos gols. A Tânia Maranhão [zagueiro] organiza o time. No ataque, a Larissa tem a capacidade de infiltração e joga com a equipe. É um time bem organizado e que está crescendo. Tem três vitórias seguidas”, Leonardo Mendes, Ferroviária.