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Fisiologista do Bahia explica porque Zé Rafael joga tanto: "Ele é um atleta diferenciado"

Autor(a): Redação Galáticos em 02 de Fevereiro de 2018 09:33

Apesar de principal jogador do Bahia desde 2017 e cobiçado por grandes clubes do futebol brasileiro, Zé Rafael também convive com críticas. Parte da torcida tricolor reclama que o meia dá uma de 'delegado' e prende muito a bola em algumas situações.

Porém, o meia, que foi um dos jogadores mais regulares do Bahia na temporada passada, segue entrando em campo com muita frequência. Do elenco de Guto, é quem mais jogou até aqui. Ele, Élber e Vinícius são os únicos que disputaram todas as cinco partidas que o Tricolor fez no ano.

Os números do atleta na última temporada também chamam atenção. Ele esteve em campo em 60 dos 68 jogos que o Tricolor disputou, incluídos aqui os dois amistosos da Flórida Cup. Em 55, foi titular. Já na Série A, disputou 36 das 38 partidas, sendo titular em 35. Nesse quesito, só ficou atrás do goleiro Jean, que disputou todos os jogos do Brasileirão.

Segundo o fisiologista do Bahia, Maurício Maltez, Zé é um jogador com biótipo diferenciado.

"Ele é um atleta diferenciado, porque consegue manter uma performance física em todas as partidas. Com o monitoramento, a gente consegue monitorar todas as ações que ele desenvolve durante os treinos e jogos. É um equipamento moderno, que consegue detectar as distâncias percorridas, o número de ações em alta velocidade, os sprints, que são essas ações de potência em curto espaço de tempo. Hoje, temos a certeza de que o Zé Rafael é um atleta diferenciado porque ele consegue manter performance, e uma performance muito elevada. Em diversas partidas, é o atleta que mais corre em volume e em intensidade, então, em distância percorrida e o número de ações em alta intensidade." – afirmou em entrevista ao GloboEsporte.com.

O que mais chama a atenção no jogador é sua recuperação acelerada após as partidas. Maltez explica que, apesar de o meia ser, em geral, o jogador com melhor rendimento físico em campo, seu corpo não apresenta grande desgaste.

"O que mais me impressiona, enquanto fisiologista, é a performance do Zé pós-jogo. A recuperação dele é muito rápida. O futebol hoje dispõe de uma tecnologia de quantificação de uma enzima, a CK, que participa do processo metabólico anaeróbio. O que é isso? Um processo metabólico que consegue fornecer energia para a musculatura, para o corpo, de uma forma rápida, para que o atleta possa desenvolver essas ações de uma forma muito rápida e se recuperar de uma forma muito rápida. Então, essa enzima que participa do processo metabólico, a gente consegue monitorar pós-atividade, com 24 ou 48 horas pós-jogo. Geralmente, esses atletas que têm muitas ações de alta intensidade, eles extrapolam essa quantidade metabólica, e fica muita enzima CK disponível no sangue, portanto quando a gente vai monitorar isso e vê que a CK do atleta está muito alta, é porque ele fez muitas ações de intensidade, e isso gera um risco de lesão muscular".

Maurício Maltez sabe que existe a possibilidade de lesão, entretanto defende que, no caso de Zé Rafael, que na sua avaliação é um atleta diferenciado, o risco é menor.

"Ameniza, obviamente, o risco de lesões, então a gente acredita que o risco de lesão muscular, para ele, é menor, mas claro, como qualquer atleta de rendimento, que envolve muitas ações, mudança de direção, potência, força, várias valências físicas, ele também corre risco, mas é diferente. Ele tem capacidades diferentes, o que para mim, enquanto fisiologista, me dá um pouco de tranquilidade".


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