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Novo presidente do Conselho Deliberativo do Bahia fala sobre principais desafios do seu mandato

por Rafael Machaddo (@RafaelMachaddo6) em 22 de Dezembro de 2017 00:00

Em reunião realizada na última quarta-feira (20), na Arena Fonte Nova, o Conselho Deliberativo do Bahia elegeu Carlos Eduardo Guimarães Araújo como seu novo presidente para o triênio 2018-2020. O Galáticos Online bateu um papo com o Carlos Eduardo com o objetivo de apresentar o perfil do novo presidente da Mesa Diretora do Conselho Tricolor, além de conferir um pouco da opinião dele em pautas importantes que devem ser discutidas durante o seu mandato. Confira a entrevista.

1 – Carlos, primeiramente gostaria que você se apresentasse para o torcedor que talvez não te conheça, falando um pouco da sua história e também sobre a sua relação com o grupo Revolução Tricolor e a vida política do clube.

RESP: Meu nome é Carlos Eduardo Guimarães Araújo, sou Advogado, Professor de Direito Constitucional, Conselheiro Estadual da OAB/BA, torcedor apaixonado, sócio do Esporte Clube Bahia, Conselheiro do clube no segundo mandato.
Em toda a minha vida sempre fui uma pessoa atuante, desde os tempos da escola e depois na faculdade participei intensamente do movimento estudantil e quando me tornei Advogado, passei a ter participação ativa no meu órgão de classe, a OAB, sendo membro de comissões, vice-presidente da OAB de Feira de Santana e, atualmente, Conselheiro Seccional da OAB/BA.
Mesmo morando no interior do estado, onde a influência dos times do sul do país é muito grande, escolhi o Bahia como clube de coração lá por volta dos meus 6 ou 7 anos de idade, quando um dia meu pai, que à época era representante comercial de uma marca de confecções, colocou sobre a minha cama varias camisas de times de futebol e pediu que eu escolhesse uma. Dentre elas havia um manto tricolor azul, vermelho e branco de listras verticais. Não titubeei um só instante e escolhi a camisa do Esporte Clube Bahia. Desde então sou um torcedor fanático e apaixonado por essas cores.
Por muito tempo tentei participar da vida política do clube, mas era impossível tornar-se sócio. Fiz várias tentativas, mas sempre havia alguma "desculpa" para impedir meu ingresso no quadro societário do Bahia. Com a intervenção e a abertura do clube, fui um dos primeiros associados, podendo participar da eleição que conduziu Fernando Schimidt à presidência do clube.
Algum tempo depois passei a frequentar as reuniões da Revolução Tricolor, grupo do qual eu faço parte, sendo candidato ao Conselho na eleição de 2014. Eleito, integrei a Comissão de Ética no último triênio, onde pude contribuir atuando em processos éticos importantes para a história do Bahia.

2 – Como você avalia a gestão do seu antecessor, Henrique de la Torre, e esse recente processo de transição?

RESP: Henrique fez uma ótima gestão à frente da mesa do Conselho neste último triênio.
Sob o comando dele, conseguimos concluir a reforma estatutária e tivemos discussões sobre temas importantes para a vida do clube. Deixou lições importantes de como conduzir o Conselho de forma imparcial e pautado, estritamente, pelo Estatuto do clube e pelo Regimento Interno da casa.
Tenho conversado bastante com ele e nos reuniremos ainda esse ano para tratarmos desse processo de transição.

3 – Alguns membros da oposição criticam o fato do presidente do Conselho Deliberativo ser da atual situação. Como você avalia essas críticas?

RESP: Acho que são críticas sem fundamento.
O nosso processo democrático é norteado pela soberania das decisões dos sócios, sendo o órgão máximo de poder do clube a Assembleia Geral.
Nessas eleições os sócios manifestaram a sua vontade e elegeram 42 membros da RT como Conselheiros, sendo, mais uma vez, a maior representação de grupos dentro do CD.
Se usarmos como analogia o processo de composição das mesas diretivas nas casas do Poder Legislativo do país, veremos que a presidência da mesa, em geral, é ocupada por um representante da maior bancada e isso nada mais é do que ratificar a vontade do eleitor.
Quando os sócios do Esporte Clube Bahia deram uma votação expressiva a Guilherme Bellintani e aos grupos que o apoiaram, é porque esses sócios, que são os verdadeiros donos do clube, querem que tanto a Diretoria Executiva quanto o Conselho Deliberativo sejam geridos por pessoas desses grupos e respeitar essa vontade é uma consequência invariável de uma democracia consolidada, como a nossa.

4 – Um dos assuntos que mais deve movimentar o Conselho nesse triênio é a questão dos CTs, e o destino que deve ser dado ao Fazendão. O que esperar dessa pauta?

RESP: Essa é uma discussão que deve ser realizada sob um enfoque integralmente técnico. Nós, Conselheiros, estaremos tratando de uma matéria que causará impacto no futuro do clube e precisaremos ter o zelo e a responsabilidade de não nos contaminarmos por preferências políticas ou pessoais nessa tomada de decisão. Precisaremos de subsídios técnicos nas áreas afins, para que tomemos a decisão mais acertada para o clube.

5 – Outra pauta importante que deve ser discutida é a questão do contrato com a Arena Fonte Nova, que sempre gera muitos debates, inclusive sobre a possibilidade de um estádio próprio. Algo a pontuar sobre esse tema?

RESP: Essa discussão tem características que se assemelham à questão dos CTs. A Fonte Nova é a nossa casa e a Nação Tricolor tem uma relação afetiva com o estádio. Mas é preciso que a sua operação tenha mais a cara do torcedor do Bahia, respeitando a nossa cultura e tradições. Como torcedor de arquibancada entendo que, para além do retorno financeiro que a operação do estádio precisa dar ao clube, é necessário que a relação da Fonte Nova com a torcida tricolor melhore sensivelmente. Os torcedores do Bahia não podem ser encarados apenas como meros "clientes" da arena.

6 – Sobre a regulamentação do voto online. Você acredita que na próxima eleição os sócios que não residem em Salvador já poderão exercer o direito de votar?

RESP: Não tenho dúvidas que sim!
Esse tema já foi aprovado no novo Estatuto que entra em vigor em janeiro e será objeto de regulamentação específica pelo Conselho. Considero esse um tema prioritário da casa.
O Bahia é um clube que transpõe as fronteiras de Salvador, da Bahia e do Brasil. As embaixadas são a prova viva disso e, para termos um quadro societário tão grande como desejamos, precisamos criar mecanismos de inclusão dos sócios na vida política do clube, onde quer que eles estejam.

7 – Na última gestão o Conselho deliberou sobre a exclusão de dois ex-dirigentes do clube. Ainda há alguma pendência sobre esses dois processos, ou ainda há mais algum nesse sentido?

RESP: Em um dos processos os prazos recursais já se esgotaram e a decisão se tornou definitiva administrativamente.
No outro processo, salvo engano, ainda está transcorrendo o prazo para recurso da parte interessada.

8 – Por fim, peço que deixe um recado para o torcedor do Bahia sobre o que você espera para os próximos três anos.

RESP: Esperamos muito trabalho e empenho do Conselho Deliberativo, confiando no trabalho dos Conselheiros e dos meus companheiros de mesa, o vice-Presidente Thiago Doria e o Secretário-Geral Lucas Maia, que estão totalmente imbuídos do desejo de ajudar a construir um clube ainda mais forte, cientes da responsabilidade que temos com o maior clube do Norte/Nordeste do país.
Aproveito para desejar um ótimo Natal e um 2018 de muito sucesso e triunfos para a Nação Tricolor!
BBMP!!!

Foto Capa: Felipe Oliveira / EC Bahia
Foto Entrevista: Arquivo Pessoal


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