Seria justo um time que está à beira de cair para a segunda divisão, com perspectivas e rendas baixas, perda de investidores e recusa de grandes patrocínios tentar jogadores e técnicos de 800 mil e R$ 1 milhão?

Não importa que seja o Flamengo e o Corinthians, clubes de maiores torcidas do país, o Grêmio, o Inter, o Cruzeiro ou o Atlético, os mais bem planejados dos últimos anos, o Fluminense ou São Paulo, que sempre tiveram suporte e tradição para montar grandes equipes.

Segunda divisão é diferente da primeira. Sem apelo de torcida, sem a constante presença da grande mídia, sem as mesmas cotas de televisão.  Se Bahia, Vitória, Sport, Coritiba ou Goiás, clubes de médio porte fizerem uma loucura dessas, seriam logo criticados porque alguns deles ainda estariam afundando mais as suas finanças, pois é sabido que, mesmo pagando salários menores, já estão com acorda no pescoço.

Segunda divisão exige é jogador valente, perdigueiro, mordedor, que possa jogar nos mais complicados estádios, com gramados ruins, longes dos grandes centros, de difícil acesso e em cidades sem grande estrutura. Mas que esteja disposto a lutar pela ascensão à primeira divisão.

Pois bem. Entre Palmeiras, Vitória e Bahia, que estão disputando apenas uma vaga para se manter na primeira divisão, as notícias mais recentes é que o Palmeiras já mantém entendimentos para contratar Fred ou Conca, do Fluminense/RJ, craques que ganham acima de R$ 800 mil. E que agiliza, também, a contratação de outros jogadores de nível de Seleção Brasileira...  

Sabem por quê? Porque enquanto Bahia e Vitória vão jogar contra Coritiba e Santos completos, prometendo luta e dificuldade, o Palmeiras vai enfrentar o Atlético/PR, que viajou para São Paulo com time de jogadores da base, dando férias a quase todos os seus profissionais titulares.

Só ingênuos e fanáticos não enxergam de que tudo isso são avisos de que os dois times baianos serão degolados. Deus queira que não...

Edson Almeida é colunista esportivo do Galáticos na Itapoan FM*